Tenda do Cordel no Arraial São Paulo – 2013
A Secretaria Municipal de Cultura e Rede Globo promovem no Vale do Anhangabaú-SP, O ARRAIAL SÃO PAULO.
O evento contará com dois palcos e vários Shows. Nomes como Zé Ramalho, Alceu Valença, Anastácia e diversos Trios de Forró Pé de Serra foram contratados.
A Literatura de Cordel e a gastronomia também foram contempladas.
Na TENDA DE CORDEL CHAPÉU DE PALHA – que estreou no Centenário de Gonzagão, ano passado, vai receber Artistas, poetas cordelistas integrantes da CARAVANA DO CORDEL e da BODEGA DO BRASIL. Os convidados: João Gomes de Sá, Varneci Nascimento, Cacá Lopes, Costa Senna, Cleusa Santo, Moreira de Acopiara, Pedro Monteiro, Marco Haurelio, Luiz Wilson e Eufra Modesto. Repentistas convidados: Adão Fernandes e João Doto. Exposição, leituras, música e interpretação de cordéis, poemas e apresentações de cordel musicado com trava-língua e pitadas da obra de Luiz Gonzaga. | Dias 6 e 7, das 14h30 às 22h
FEIRA GASTRONÔMICA CHEFS NA RUA | Dias 6 e 7, das 14h30 às 22h (preços populares)
Shows no palco 1
QUATRO ASES DO FORRÓ: ANASTÁCIA, AMELINHA, DUANI E MILENA | Dia 6, 16h
ALCEU VALENÇA | Dia 6, 19hVer mais
Projeto Cordel nas Escolas 2013
No início dos anos noventa, o artista Pernambucano Cacá Lopes começou a percorrer escolas da rede pública Municipal e Estadual da grande São Paulo, com espetáculos de Música e Cordel, utilizando temas ligados à educação.
Com a experiência adquirida, criou na capital Paulista o Projeto Cultural CORDEL NAS ESCOLAS – A Literatura de Cordel como ferramenta pedagógica, assistido por milhares de alunos e professores.
Nele, CACÁ canta, declama, toca gaita, violão, interage com os alunos, com um rico repertório de cantigas, provérbios e trava línguas, além de informações sobre a poesia popular.
Projetos semelhantes existem em outras cidades do Brasil, entre elas: Teresina-PI, Fortaleza – CE, Caruaru e Recife-PE.
O CORDEL NAS ESCOLAS tem como objetivo inserir o aluno no universo fascinante do Cordel, auxiliando no seu aprendizado e incentivando o gosto pela leitura e escrita, fazendo com que os estudantes conheçam mais sobre a cultura nordestina.
Vida e Obra de Gonzagão
Muitos livros já foram escritos sobre Luiz Gonzaga. Na literatura de cordel, então, é impossível precisar a quantidade de folhetos que enfocam o Rei do Baião. É a personalidade musical mais biografada, ao lado de Roberto Carlos e Raul Seixas. Nem todos os folhetos são laudatórios, mas a grande maioria rende tributo ao grande artista pernambucano, glória da cultura brasileira. A diferença deste Vida e Obra de Gonzagão, assinada por Cacá Lopes, é o cuidado na pesquisa, que rendeu 380 estrofes de seis versos, depois de quase uma década dedicada a obra, retratando desde seu nascimento na fazenda Caiçara, Município de Exú, no sertão pernambucano, até a morte no Recife, passando pelos parceiros e seguidores, da discografia à homenagens póstumas, a impressionante trajetória do velho Lua ganha seu mais completo registro em cordel.
A responsabilidade de Cacá Lopes, portanto, é enorme. E ele não se fez de rogado. Muitas são as estrofes dignas de nota, mas esta, que trata do batismo do pequeno Luiz, chama a atenção por uma palavra, comprobatória do envolvimento do autor com o tema. O grifo é meu:
Os padrinhos do menino
Também são da região,
O Sr. João Moreira
E Dona Neném, que não
Mediram esforços, Luiz
Deixava de ser pagão.
Pagão é o menino não batizado, segundo a doutrina católica. Outro costume, herdado de Portugal, o de batizar a pessoa com o nome do santo festejado no dia do nascimento, não foi esquecido por Cacá Lopes:
O nome Luiz Gonzaga
Do Nascimento foi dado,
Na igreja de Exú
O bebê foi batizado
Dia 5 de janeiro
Gonzaga foi consagrado.
O Nascimento, sugestão do padre José Fernandes, deve-se ao fato de o menino ter nascido em dezembro, mês do Natal. O Luiz é uma homenagem à Santa Luzia, festejada à 13 de dezembro, data em que Gonzaga veio ao mundo.
Mais adiante, Cacá traz uma informação que, sem ser novidade, soa original:
Seu ídolo na época era
Virgulino, o Lampião.
Sonhava entrar no bando
E desbravar o sertão,
Quem sabe tocar sanfona
E o grupo bailar no chão.
Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, sabemos, foi uma das inspirações para a composição do “personagem” Luiz Gonzaga: chapéu de cangaceiro, cartucheiras e alpercatas de rabicho. Lampião é o personagem histórico de maior presença no cordel.
E, tentando ser original, finalizarei esta tentativa de Prefácio em versos, já que, da mesma forma que Cacá Lopes, fiz do cordel profissão de fé:
Eu saúdo o poeta Cacá Lopes
Cantador das belezas do sertão,
Que falou de Luiz, Rei do Baião,
Decantado em sextilhas e galopes
Pois galgou na canção todos os topes
E deixou um exemplo salutar.
Eu também quero aqui celebrar
Esse gênio que foi Luiz Gonzaga,
Bem feliz, porque vejo a sua saga
Recriada na lira popular.
Sobre o autor:
José Edivaldo Lopes, em arte Cacá Lopes nasceu em 24 de agosto de 1962, em Araripina-PE, região encantada da chapada do Araripe. Iniciou sua trajetória artística na Rádio Grande Serra AM em sua terra natal, quando lançou seu 1º disco. Radicado em São Paulo desde 1984, mantém uma carreira consolidada como cantor, compositor e instrumentista, com 6 CDs lançados e várias coletâneas. Como cordelista é autor de uma dezena de folhetos de cordéis e do livro Cinderela em Cordel, adaptado do célebre conto infantil Cinderela, de Charles Perrault. Percorre escolas da rede pública de São Paulo, com o Projeto Cordel nas Escolas. Cacá Lopes também é um dos fundadores do movimento Caravana do Cordel.
Os ilustradores:
Maércio Lopes Siqueira, nasceu em Santana do Cariri-CE, em 1977. Mora em Crato-CE, desde os cinco anos de idade. É graduado em Letras pela Universidade Regional do Cariri. Por meio da literatura de cordel, entrou em contato com a gravura em madeira, passando a aventura-se nessa arte desde 1999. É professor desde 1997. Membro da Academia dos Cordelistas do Crato, seus trabalhos temáticos figuram em vários trabalhos e exposições.
Valdério Costa é graduado em Educação Artística e Artes Plásticas pela Universidade de Brasília; artista plástico cadastrado na Secretaria de Cultura do DF; Professor de História da Arte – Secretaria de Cultura da capital federal. A maioria de suas obras explora o rico e vasto universo da cultura popular brasileira.
Ficha Técnica:
VIDA E OBRA DE GONZAGÃO
Editora: Ensinamento
Formato: 15 x 22 em P&B
Capa: Policromia com verniz BOPP fosco
Autor: Cacá Lopes
Ilustrador: Maércio Lopes e Valdério Costa
ISBN: 978-85-62410-93-2
Número de páginas: 192
Gênero: Literatura de cordel
Preço: R$ 40,00
Antologia do Cordel Brasleiro
Eventos de dezembro de 2011
Um século de Gonzagão
Muitos livros já foram escritos sobre Luiz Gonzaga. Na literatura de cordel, então, é impossível precisar a quantidade de folhetos que enfocam o Rei do Baião. É a personalidade musical mais biografada, ao lado de Roberto Carlos e Raul Seixas. Antecipando as comemorações do centenário de nascimento deste grande artista pernambucano, a Ensinamento Editora, de Brasília-DF, acaba de lançar Vida e Obra de Gonzagão, assinado por Cacá Lopes, que passou quase uma década gerando as quase 400 estrofes escritas em seis versos. Desde o nascimento na fazenda Caiçara, município de Exu, no sertão de Pernambuco, até a morte no Recife, passando pelas influências de dezenas de artistas brasileiros e homenagens póstumas, a impressionante trajetória do Rei do Baião ganha seu mais completo registro em cordel.
A responsabilidade de Cacá Lopes é grande, portanto, é enorme. E ele não se fez de rogado. Muitas são as estrofes dignas de nota, mas esta, que trata do batismo do pequeno Luiz, chama a atenção pela palavra pagão, comprobatória do envolvimento do autor com o tema:
Os padrinhos do menino
Também são da região,
O Sr. João Moreira
E Dona Neném, que não
Mediram esforços, Luiz
Deixava de ser pagão.
Pagão é o menino não batizado, segundo a doutrina católica. Outro costume, herdado de Portugal, o de batizar a pessoa com o nome o Sato festejado no dia do nascimento, não foi esquecido por Cacá Lopes:
O nome Luiz Gonzaga
Do Nascimento foi dado,
Na igreja de Exu
O bebê foi batizado
Dia 5 de janeiro
Gonzaga foi consagrado.
O Nascimento, sugestão do padre José Fernandes, deve-se ao fato de o menino ter nascido em dezembro, mês do Natal. O Luiz é uma homenagem à Santa Luzia, festejada a 13 de dezembro, data em que Gonzaga veio ao mundo.
Sobre o Autor
José Edivaldo Lopes, em arte Cacá Lopes, nasceu 24 dia agosto de 1962, no sitio lagoa da onça, há 14 km de Araripina-PE, no sopé da serra do Araripe. Iniciou sua trajetória artística na Rádio Grande Serra AM em sua terra natal, quando lançou seu 1º disco. Radicado em São Paulo desde 1984, mantém uma carreira consolidada como cantor, compositor e instrumentista, com 6 CDs lançados e várias coletâneas. Como cordelista, é autor de vários folhetos de poesia popular(Luzeiro editora) e adaptou para o cordel o clássico infantil Cinderela, de Charles Perrault.(Ed. Claridade) Percorre escolas e universidades há 18 anos com o espetáculo Música e Cordel nas Escolas, assistido por aproximadamente um milhão de alunos e educadores da rede pública municipal e estadual de São Paulo. É também um dos integrantes do movimento Caravana do Cordel.
Ficha Técnica
Vida e Obra de Gonzagão – O mais completo cordel ilustrado sobre Luiz Gonzaga
Autor: Cacá Lopes
Editora: Ensinamento
Prefácio: Marco Haurélio
Texto: Assis Ângelo
Capa: Valdério Costa
Ilustrações: Maércio Lopes/Valdério Costa
Nº de páginas: 191
ISBN: 9788562410932
Preço: R$ 32,00
Um pouco do nordeste em São Paulo
A 3ª feira de Caruaru, cidade pernambucana, traz para a capital paulistana: artesanato, literatura de cordel e música típica.
Eu, Cacá Lopes, comento sobre o grupo de cordelistas e também canto 😉
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=hIuMjAI_YuQ[/youtube]
Repórter: Mariana Lara
Xilogravura representa a cultura do Nordeste em jogo de ação 2D
O jogo Xilo é uma homenagem a cultura e folclore do Nordeste brasileiro.
Com história e direção de arte do Prof. Rodrigo Motta e desenvolvimento dos alunos Diego Galiza, José Trigueiro e André Torres, conta a divertida e emocionante historia do sertanejo Biliu, que para salvar sua família de uma grave doença precisa recolher partes das xilogravuras sagradas, enfrentando desafios e lendas brasileiras, como a Mula-sem-cabeça, o Curupira, Boitatá, entre outros.
Trata-se de um jogo de ação 2D que se destaca pela sua estética, inspirada em xilogravuras, assim como no uso de rimas de cordel para contar a história, tudo embalado pela trilha sonora da banda Cabruêra. Este vídeo foi feito para o SBGames 2011.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=YQxEKArGMWo[/youtube]
NO RITMO DAS RIMAS
Quando ainda não havia
O rádio e a televisão
E os jornais não chegavam
Pra toda população
O folheto de Cordel
Era o jornal do Sertão
Lendo folhetos, então
O nosso povo sabia
Lenda de rei e princesa
E fato que acontecia…
Por ser cultura do povo
Inda resiste hoje em dia”
Sim, o Cordel ainda resiste, encantado como toda literatura, e de tão importante virou até nome de novela global. Os versos acima, que destacam a importância desse gênero, são do cordelista cearense Arievaldo Viana, criador do projetoAcorda Cordel na Sala de Aula.
Seu objetivo? Levar esse rico recorte da cultura brasileira às crianças e jovens por meio de palestras e apresentaçõesem escolas. O trabalho inclui também uma caixa de folhetos, que são lidos e trabalhados nas escolas.
E até uma apostila com metodologia de trabalho para o uso do Cordel na Educação foi criada. Nela, Viana explica as origens do gênero, seu desenvolvimento no Brasil, suas regras básicas e como se constrói um folheto.
De tão atrativo, o material se transformouem livro. Como apoio de algumas prefeituras do Ceará e da Petrobras, virou também um kit, composto por livro, caixa com 12 folhetos e um CD com dez poemas musicados.
O trabalho não ficou restrito ao Nordeste. Viana já levou o projeto às Minas Gerais, Tocantins, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Brasília. “O Cordel não é exclusividade das escolas nordestinas, até porque a arte do trovadorismo está presente no mundo inteiro”, avalia o cordelista.
Não acredita? Viana dá exemplos: o Cordel está também no Cururu de São Paulo, no Calango Mineiro, no Partido Alto, do Rio, nos Gaiteiros gaúchos e também nos peões de rodeio do Cerrado.
“O folheto de Cordel é uma coisa extremamente dinâmica, agradável, de uma leitura muito bonita”. Viana lembra que, quando criança, se esforçou para aprender as letras e juntar as sílabas justamente por conta do desejo de decifrar a mensagem dos folhetos que a avó lia para ele.
Assim também várias crianças nordestinas aprenderam a ler. É esse entusiasmo com o Cordel que hoje ele tenta passar em suas visitas às escolas. O cordelista acredita que ter o assunto em sala de aula é importante principalmente no que diz respeito à valorização da legítima cultura brasileira. Mas não pode ser algo obrigatório, alerta ele. “É bom quando há uma empatia tanto por parte do educador quanto dos próprios alunos. E essa empatia só acontece quando o professor sabe realmente o valor daquele texto e sabe explorar as suas possibilidades”.
Só assim, segundo Viana, nasce o interesse no aluno.
Artista pernambucano, Cacá Lopes também vê a importância do Cordel na sala de aula.
Ele trabalha há 16 anos com o projeto cultural Cordel nas Escolas, levando informações sobre o assunto para instituições de ensino públicas de São Paulo. Também cordelista, Lopes explica que o o objetivo é aproximar a produção da literatura de Cordel aos projetos de Educação e curriculares.
A iniciativa tem o poder de incentivar a leitura e resgatar uma das mais autênticas expressões culturais do povo brasileiro. “O Cordel, durante muito tempo, foi o principal veículo de comunicação e de aprendizagem da nossa gente sertaneja”, lembra.
Espaço privilegiado
Lopes explica que trabalhar os folhetos como ferramenta pedagógica não é obrigatório para as escolas, mas tem sido prática comum em instituições de ensino de todo o país.
Inclusive nas instituições de Ensino Superior, por causa da importância e do grande valor que o Cordel tem na Educação. “Escolas e universidades ressaltam o valor cultural de rica variedade temática desse recurso literário”.
Viana comenta que há várias maneiras para se trabalhar o Cordel em sala de aula. Ele propõe que, inicialmente, a melhor proposta é ler um folheto em voz alta. Primeiro o professor, depois os alunos. “A partir daí, as crianças vão adquirindo intimidade com o texto”.
Com mais conhecimento sobre o assunto, os estudantes usarão o Cordel como qualquer outro material paradidático: apresentações teatrais, ilustrações baseadas no texto, questionários, debates sobre os temas apresentados, etc.
Outra boa iniciativa é formar uma Cordelteca (biblioteca de Cordel) na escola. Nesse espaço, os alunos terão à disposição clássicos do gênero, folhetos que atravessaram gerações e também o melhor da nova produção poética do país. Para ele, tudo o que é necessário para que aluno e professor se aproximem mais do Cordel e passem a buscar os textos espontaneamente. Outra sugestão de Viana é levar os poetas à escola, para que eles realizem palestras e apresentações.
As releituras de grandes obras da literatura brasileira e universal, adaptadas para o Cordel em novo formato, também são boa opção pedagógica.
“É o caso de Corcunda de Notre-Dame em Cordel, de João Gomes de Sá, em que os famosos personagens da obra de Victor Hugo são transportados da França para uma pequena cidade do interior do Nordeste”, cita ele.
Literatura menor?
O Cordel demorou tanto a chegar à sala de aula por causa do preconceito. Por quê? “Alguns desavisados ainda relacionam Cordel com poesia matuta e essa confusão contribui para deturpar a nossa arte e para que alguns acadêmicos ainda torçam o nariz e o vejam como uma arte menor”, aponta Viana.
E complementa: “Isso não é verdade!” Inclusive para ter mais aceitação, muitos novos autores já procuram se adequar às normas gramaticais, o que não é uma exigência. “O Cordel é uma escola literária. Muitos representantes da nova geração são conscientes da importância do folheto como ferramenta auxiliar na Educação e procuram colocar as coisas em seu devido lugar”, completa.
Brasileiro importado
É brasileiro sim, pois surge hoje do cotidiano dos nordestinos, mas a origem do Cordel é europeia. Segundo o cordelista Arievaldo Viana, o estilo literário tem origem ibérica e veio na bagagem do colonizador europeu. Mas chegou ao Brasil meio pobre, sem assunto.
“O romanceiro popular nordestino é seguramente o mais rico do mundo, tanto em quantidade de obras e autores, quanto na qualidade dos textos apresentados até aqui”, conta Viana.
Contudo, a origem ibérica é questionável. Também cordelista, Cacá Lopes afirma que não há consenso sobre como o Cordel chegou ao Brasil.
De acordo com algumas opiniões da atualidade, durante muitos anos, pesquisadores buscaram o caminho mais fácil para explicar a gênese do Cordel no país.
“A maioria, até final da década de 80, atribuía ao Cordel uma herança ibérica, por achar que no Cordel brasileiro residiam elementos iguais e semelhantes ao produto português ou espanhol”.
O problema é que o Cordel português é bem diferente do brasileiro. Aquele se pautava em reproduzir obras clássicas, mas não apresentava produção escrita própria e autônoma como a do Brasil.
“Eles [os pesquisadores] teimavam em ignorar a originalidade do nosso produto e necessitavam de um cordão umbilical transatlântico para corroborar a importância do Cordel”, ressalta alguns estudiosos da atualidade.
Foi no Nordeste brasileiro mesmo que o Cordel ganhou vida. “A sua relevância histórica vem do Nordeste, que o transformou em uma das mais ricas manifestações culturais a partir das últimas décadas do século19”.
O que possibilitou isso, diz o cordelista, foi a chegada de quatro poetas paraibanos à Recife. Foram eles os responsáveis pela geração princesa do Cordel: Silvino de Pirauá de Lima, Leandro Gomes de Barros, João Martins de Athaíde e Francisco das Chagas Batista.
Quer saber mais?
Para quem deseja entrar no mundo encantado dos Cordéis há várias opções:
* Breve História da Literatura de Cordel
A dica é do cordelista Cacá Lopes. O livro foi escrito por Marco Haurélio e conta com o aval do doutor em Cordel (Ciência da Literatura), Aderaldo Luciano. A obra narra as origens do Cordel
e apresenta suas influências na cena cultural brasileira.
* Cordelivros
Essa é a dica do cordelista Arievaldo Viana. Ele indica a leitura de qualquercordelivro, mas há três específicos de sua autoria: A Raposa e o Canção, Padre Cícero, o Santo do Povo e A Ambição de Macbeth e a Maldade Feminina.
* Série Literatura de Cordel na Escola – TV Escola
O caderno Escola também tem uma dica. A TV Escola fez uma série de cinco programas sobre a Literatura de Cordel na Escola, com o objetivo de discutir as origens desse gênero literário e sua presença nas escolas de Ensino Fundamental. Dá para conferir no site http://tvescola.mec.gov.br.
Por Raphaela Ferro – Jornal Tribuna do Planalto – Goiânia-Goiás – Edição: 1294
LINK PARA O JORNAL: http://www.tribunadoplanalto.com.br/escola/12705-no-ritmo-das-rimas-nordestinas